A garota entrou no palco. Ela rodopiou, estendendo seus braços. Não conseguia respirar. Sua visão se obscureceu. Ela olhou para a plateia. Seus braços em um movimento repetitivo, como um bater de asas. Sua pele estava se transformando em uma camada estranha e negra. Lembravam-lhe escamas. Sentia pontadas de dor em seus ombros. Pequenas e finas pontas pretas. Agulhas sendo retiradas de sua pele. Não podia deixar o desespero transparecer em seu rosto. Seduza-os, ela pensou. Seus olhos arderam e ela sentiu lágrimas se acumularem. A plateia esperava mais. A ponta dos seus pés doíam. Ela sentia os seus dedos grudando uns nos outros. As camadas prateadas nas costas de suas mãos estendiam-se, agora, ao longo dos seus antebraços e pararam antes de chegar ao pescoço, que se alongou pouco a pouco. Sentiu seu corpo ficando mais leve e seus paços mais longos. Estava arfando. A luz refletindo em seu diadema. Seus olhos ardiam cada vez mais, porém dessa vez não eram lágrimas. Eles estavam ficando vermelhos. Ela recebia aplausos e gostava cada vez mais daquele som. Girou, girou, girou. A garota meiga. Ela olhou para seus braços, mas viu que eles não estavam mais lá, eles se metamorfosearam em asas. Asas negras. Ela era o Cisne Negro.
Este texto, como todos os outros deste blog, foi escrito por mim e é uma adaptação de uma cena do filme Cisne Negro, dirigido por Darren Aronofsky.
ADORO esse filme e essa cena, especialmente.
ResponderExcluirNatalie está INCRÍVEL e as cenas foram extremamente bem dirigidas e interpretadas. É de arrepiar mesmo. ^^
Beijocas!
Juh Oliveto
Livros & Bolinhos ~
Esse filme, eu acho que é um dos melhores que eu já vi :)
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