(REPOSTAGEM) QUARTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2012
O céu estava claro e azul, as nuvens rarefeitas formavam um véu que envolvia as montanhas. A vista de longe me dava vontade de mergulhar na imensidão azul logo abaixo de mim e nadar até lá.
Eu estava sentado na terceira fileira no banco do meio do avião, ao lado de um senhor que tinha uma cara púrpura e, bem do outro lado, uma garota de cabelos loiros e encaracolados que desciam até um pouco abaixo do seu ombro. Seus olhos eram de um tom azul elétrico. Poderia olhar para ela o tempo que fosse. Mas uma tremedeira estranha chegou ao meu assento. Não sabia se era apenas a minha impressão. Olhei para os lados e todos os passageiros estavam com expressões confusas e de preocupação nos rostos.
E então, de repente, o avião deu um solavanco para o lado, como se o piloto estivesse tentando se desviar de uma montanha que não tinha percebido. O senhor que estava sentado a minha direita, tombou e gemeu. Ajudei-o a levantar, mas, no mesmo instante, me arrependi de tê-lo feito. O teto do avião começou a ranger e uma placa metálica se soltou, atingindo o velho bem no ombro. Fiquei paralisado, não sabia o que fazer. Uma mancha vermelha se alongou até o seu antebraço e parte do seu abdômen e não daria para socorrê-lo. O avião despencou no mar. Cerca de quatro passageiros juntos abriram a porta da aeronave enquanto ela boiava e deu tempo para que a metade dos outros saíssem. Eu não era um deles. Quando me dei conta estava submerso em água e senti uma mão me tirando do avião, mas em vez de levar-me para a superfície, levou-me para o fundo. Era uma mão suave, tão suave que me deixei levar. Olhei para baixo e vi uma longa cabeleira loira que brilhava na escuridão e iluminava o corpo de uma garota nua, mas estava errado, ela tinha uma longa cauda em tons de rosa e roxo. E a ultima coisa que ouvi foi uma linda música que me fez adormecer.
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