quinta-feira, 15 de novembro de 2012

(REPOSTAGEM) QUARTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2012


   O céu estava claro e azul, as nuvens rarefeitas formavam um véu que envolvia as montanhas. A vista de longe me dava vontade de mergulhar na imensidão azul logo abaixo de mim e nadar até lá.
      Eu estava sentado na terceira fileira no banco do meio do avião, ao lado de um senhor que tinha uma cara púrpura e, bem do outro lado, uma garota de cabelos loiros e encaracolados que desciam até um pouco abaixo do seu ombro. Seus olhos eram de um tom azul elétrico. Poderia olhar para ela o tempo que fosse. Mas uma tremedeira estranha chegou ao meu assento. Não sabia se era apenas a minha impressão. Olhei para os lados e todos os passageiros estavam com expressões confusas e de preocupação nos rostos.
      E então, de repente, o avião deu um solavanco para o lado, como se o piloto estivesse tentando se desviar de uma montanha que não tinha percebido. O senhor que estava sentado a minha direita, tombou e gemeu. Ajudei-o a levantar, mas, no mesmo instante, me arrependi de tê-lo feito. O teto do avião começou a ranger e uma placa metálica se soltou, atingindo o velho bem no ombro. Fiquei paralisado, não sabia o que fazer. Uma mancha vermelha se alongou até o seu antebraço e parte do seu abdômen e não daria para socorrê-lo. O avião despencou no mar. Cerca de quatro passageiros juntos abriram a porta da aeronave enquanto ela boiava e deu tempo para que a metade dos outros saíssem. Eu não era um deles. Quando me dei conta estava submerso em água e senti uma mão me tirando do avião, mas em vez de levar-me para a superfície, levou-me para o fundo. Era uma mão suave, tão suave que me deixei levar. Olhei para baixo e vi uma longa cabeleira loira que brilhava na escuridão e iluminava o corpo de uma garota nua, mas estava errado, ela tinha uma longa cauda em tons de rosa e roxo. E a ultima coisa que ouvi foi uma linda música que me fez adormecer.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

                          

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segunda-feira, 17 de setembro de 2012



       Por baixo da superfície, a água se agitava e saudava o deus dos mares. Netuno, Poseidon, como você quiser chamá-lo, apenas ajoelhe-se diante dele e sirva-o.
     O seu corpo rodopiava de forma majestosa sob a água, formando um vórtice, dois, três. Não havia peixes. Não havia vida. Só ele. A divindade. Ele emergiu, respirou fundo e por fim suspirou, olhando com desgosto para a terra. Pensava no quanto o ser humano era fraco e patético. Não haviam obedecido à vontade dos deuses e agora iriam ser castigados. Passou a mão por seus próprios cabelos, desceu-a e tocou a imensidão azul. A água subiu pelas costas de sua mão, depois por seu antebraço, ombros, e, por fim, seu abdômen, formando uma armadura. A mão ainda lá, parada, se moveu e cortou a superfície com tal fúria, que dali surgiu uma imensa onda, que crescia cada vez mais. Erguendo o outro braço, fez um tridente rasgar as ondas, indo em sua direção. Segurando-o e devolvendo-o ao mar, fez com que a ponta da arma ao tocar a superfície, transformasse todo ele em gelo. Netuno havia levado a Terra, à uma nova era glacial. 


quarta-feira, 5 de setembro de 2012



      Seus intensos olhos azul-cobalto fitavam o mar à sua frente. Ondas se formavam na imensa superfície castigada por rajadas de vento, se desfazendo antes de tocar a areia da praia. Seus curtos cabelos negros que normalmente emolduravam o seu rosto pálido, agora se deformavam. Suas frias mãos segurando seu longo vestido estavam maltratadas. Ela ainda podia sentir o toque dos dedos do seu amado em seu rosto e ouvir sua voz prometendo-lhe amá-la para sempre, e esse complexo amor eterno era simplesmente um farsa, uma mentira. Ele mentira para ela. O seu conto de fadas tornou-se uma história de terror.
      A garota sentiu mãos ásperas tocando-lhe a cintura, e, com um sobre-salto, virou-se para trás, e pode encará-lo. Ele. O seu príncipe, o seu eterno amor e o seu assassino.
      - Você deve morrer, Branca de Neve - sussurrou-lhe ele.

sábado, 25 de agosto de 2012





      A garota entrou no palco. Ela rodopiou, estendendo seus braços. Não conseguia respirar. Sua visão se obscureceu. Ela olhou para a plateia. Seus braços em um movimento repetitivo, como um bater de asas. Sua pele estava se transformando em uma camada estranha e negra. Lembravam-lhe escamas. Sentia pontadas de dor em seus ombros. Pequenas e finas pontas pretas. Agulhas sendo retiradas de sua pele. Não podia deixar o desespero transparecer em seu rosto. Seduza-os, ela pensou. Seus olhos arderam e ela sentiu lágrimas se acumularem. A plateia esperava mais. A ponta dos seus pés doíam. Ela sentia os seus dedos grudando uns nos outros. As camadas prateadas nas costas de suas mãos estendiam-se, agora, ao longo dos seus antebraços e pararam antes de chegar ao pescoço, que se alongou pouco a pouco. Sentiu seu corpo ficando mais leve e seus paços mais longos. Estava arfando. A luz refletindo em seu diadema. Seus olhos ardiam cada vez mais, porém dessa vez não eram lágrimas. Eles estavam ficando vermelhos. Ela recebia aplausos e gostava cada vez mais daquele som. Girou, girou, girou. A garota meiga. Ela olhou para seus braços, mas viu que eles não estavam mais lá, eles se metamorfosearam em asas. Asas negras. Ela era o Cisne Negro.


Este texto, como todos os outros deste blog, foi escrito por mim e é uma adaptação de uma cena do filme Cisne Negro, dirigido por Darren Aronofsky.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


sábado, 18 de agosto de 2012



     As ondas castigavam o casco do navio. O céu que antes era negro, agora estava emerso em nuvens. Relâmpagos e raios irrompiam a imensa superfície sem estrelas. Os tripulantes entravam em desespero, enquanto seus amigos eram jogados no mar pela força com que o navio se inclinava. Um deles em especial, Carlos Gafanhoto, fora jogado longe.
     Ele subiu em uma das partes despedaçadas do casco. Sua respiração era ofegante, enquanto a duvida chicoteava-lhe os pensamentos. Iria morrer? O tempo passou muito rápido. Ele já não via o que sobrara do navio, enquanto o sol nascia ao longe. Estava exausto. Deixou-se deitar na superfície de madeira, que um dia navegou meio mundo em busca de especiarias.

     Gafanhoto acordou com o sol do meio-dia açoitando-lhe o rosto. Não mais sentia as ondas sob si. Percebeu, então, que estava em uma ilha. Encarou desesperadamente os lados, lembrando-se de pesadelos que haviam lhe perturbado a noite. Um gigantesco penhasco nebuloso onde acabava o mundo, sugava-o. Ele não havia chegado lá. Era um naufrago.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012



A garota olhou para o lado de fora da janela, e viu uma estranha floresta. Suas árvores mortas, que um dia respiraram, suspiraram e observaram. Vegetais. Vegetais vivos que faziam da fotossíntese sua rotina.


As árvores entrelaçadas entre si, vivendo uma única vida. A vida na Terra Média. A vida na pequena ilha isolada. Isolada do mundo. Isolada de si. Dividida em sete partes, cada parte governada por um rei. Sete reis. Sete corvos.


sexta-feira, 27 de julho de 2012



Árvores, árvores e mais árvores. A neve como um manto branco cobrindo o solo. Os galhos de cada árvore se estendiam como teias de aranhas. O céu estava dando lugar a escuridão, o sol se punha, mas o alaranjado diário de todo o calor fornecido pelo próprio, já não existia. Os reis do norte haviam ganhado a batalha, e a profecia havia dado lugar ao presente. 



        O sol irá se por, sob as nuvens. Os sombrios tons de cinza irão dar lugar a noite, e tudo   
        que acreditas já não existirá.